A gaúcha Emma Vieira, de 20 anos, teve sua trajetória literária transformada após um relato emocionado sobre sua primeira sessão de autógrafos vazia na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
O vídeo, compartilhado no último domingo (15), ganhou repercussão nacional depois de ser divulgado pelo Extra, comovendo milhares de pessoas nas redes sociais.
Emma, cujo nome de batismo é Maria Eduarda Vieira, nasceu em Cachoeira do Sul, no interior do Rio Grande do Sul. Desde os 14 anos, escreve histórias inspirada por um sonho que sua mãe, Carine Vieira, teve — ponto de partida para seu primeiro livro de suspense e fantasia juvenil, Os Últimos Mestiços, publicado de forma independente aos 17 anos.
Filha de mãe solo e vinda de uma família de classe média, Emma carrega na bagagem o apoio incondicional de Carine, que lutou para superar a pobreza e hoje é referência de superação para a filha.
“Meu pai não faz parte da minha vida, e minha mãe conseguiu sair da miséria e conquistar tudo o que tem agora. Ela investiu em aluguéis de imóveis até conseguir se estabilizar. É minha maior inspiração e sempre me ajudou muito no meu sonho”, afirmou a escritora.
Para participar da Bienal, Carine arcou com todos os custos da viagem ao Rio de Janeiro: passagens, hospedagem e alimentação durante os dez dias que passaram juntas na capital fluminense.
Emma, sem editora, lançou sua obra de forma autônoma, por meio de uma gráfica sob demanda, e se inscreveu para três sessões de autógrafos no evento. A jovem sonhava em receber leitores em seu estande, mas a realidade foi diferente.
Na primeira tarde de autógrafos, realizada em 15 de junho, ninguém compareceu. A autora registrou o momento em vídeo e escreveu: “Essa tarde de autógrafos não foi como eu esperava, mas ainda tenho fé que um dia terei uma fila na Bienal do Livro”.
No vídeo, ela mostrava kits personalizados com brindes para quem fosse ao estande. A sinceridade do relato viralizou e despertou a atenção de milhares de pessoas. A publicação, que atingiu quase 500 mil curtidas, acabou mudando o rumo de sua participação na feira.
No sábado (21), dias após o vídeo circular amplamente, Emma viu o estande no Pavilhão 2 ser tomado por visitantes. Todos os 30 exemplares disponíveis naquele dia foram vendidos. No domingo seguinte, ela esgotou os últimos livros restantes.
“Esgotou. Vendi ao todo 80, por aí. Teve uns que vendi enquanto andava pela Bienal, durante a semana. E na sessão de quarta [após fazer o vídeo], vendi uns 20”, contou, satisfeita com o resultado.
Emma agora já pensa no futuro. Com o sucesso inesperado de Os Últimos Mestiços, a autora está em fase de produção de sua segunda obra, que seguirá no gênero suspense, mas com toques de terror.
O que começou como uma decepção silenciosa se transformou em um retrato poderoso da força das redes sociais e do engajamento coletivo. A história de Emma Vieira tocou o coração de milhares de leitores e abriu caminho para novos capítulos em sua promissora carreira literária.
