As redes sociais têm se tornado palco para desafios virais que, muitas vezes, colocam em risco a vida de crianças e adolescentes. Um exemplo trágico dessa realidade ocorreu no Distrito Federal, onde uma menina de apenas 8 anos perdeu a vida após participar de um desses desafios.
Sarah Raissa Pereira de Castro inalou desodorante aerossol por um período prolongado, prática que compunha o chamado “desafio do desodorante”, amplamente divulgado em plataformas digitais.
A criança foi levada para uma unidade hospitalar em 10 de abril, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Apesar dos esforços da equipe médica, que realizou manobras de reanimação por cerca de uma hora, Sarah não apresentou reflexos neurológicos.
A morte cerebral foi constatada no mesmo dia, sendo que o óbito foi oficialmente declarado três dias depois, neste domingo. O caso está sendo investigado pela 15ª Delegacia de Polícia, que abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da tragédia e rastrear a origem do conteúdo compartilhado online.
A Polícia Civil do DF avalia a possibilidade de responsabilizar criminalmente os responsáveis pela publicação do desafio, que pode se enquadrar como homicídio duplamente qualificado, dado o risco à coletividade e o fato de a vítima ser menor de 14 anos.
A pena prevista, nesse cenário, pode chegar a 30 anos de prisão. Especialistas alertam que o uso de aerossóis, como o desodorante spray, representa sérios riscos à saúde quando inalado deliberadamente.
Com alta concentração de etanol e partículas químicas suspensas, esses produtos comprometem rapidamente a respiração ao penetrar nos brônquios, provocando quadros graves de intoxicação.
A morte de Sarah acende um alerta sobre a necessidade de vigilância constante sobre o conteúdo consumido por crianças na internet.
Famílias, educadores e autoridades devem se unir na missão de conscientizar os mais jovens sobre os perigos desses “jogos” e reforçar a importância do uso seguro das redes sociais, além de promover uma cultura digital mais responsável.