Uma foto publicada nas redes sociais pode ter sido o estopim para o brutal assassinato das irmãs Rayane Alves Porto, de 25 anos, e Rithiele Alves Porto, de 28 anos, que aconteceu na cidade Porto Esperidião, que fica no interior do estado do Mato Grosso.
As irmãs foram mortas a facadas após saírem de um festival de pesca. A imagem mostra um gesto feito por elas no Rio Jauru, que, segundo o delegado Higo Rafael, simboliza um número associado à facção criminosa PCC.
Esse gesto teria motivado o ataque dos criminosos, que sequestraram e torturaram as irmãs juntamente com dois outros jovens. Rayane, que era candidata a vereadora no município, e Rithiele administravam um circo, e seus corpos foram encontrados em um cativeiro após uma sequência de atos de extrema violência.
Durante o sequestro, um dos jovens conseguiu escapar e procurou ajuda na delegacia, relatando as sessões de tortura física e psicológica sofridas nas mãos dos agressores, que se identificaram como membros de uma facção criminosa. No local do cativeiro, a polícia encontrou o irmão das vítimas em estado crítico, com graves mutilações, incluindo cortes em um dos dedos, na orelha e na nuca.
A investigação da Polícia Civil aponta que o número de envolvidos no crime caiu de dez para nove, após a liberação de uma adolescente que, inicialmente detida, foi considerada inocente por falta de ligação com o caso. Os corpos das irmãs foram localizados em um quarto da casa utilizada como cativeiro, apresentando sinais de tortura e mutilação.
O enterro de Rayane e Rithiele ocorreu no domingo, dia 15, em Glória d’Oeste, a 304 km de Cuiabá, em meio a uma intensa comoção de familiares e amigos. O crime chocou a comunidade e trouxe à tona a violência extrema empregada por facções criminosas.
O caso ressalta a perigosa influência dessas organizações e a vulnerabilidade das vítimas que, mesmo sem qualquer envolvimento direto com atividades ilícitas, acabam sendo alvo de atos brutais por interpretações equivocadas ou pela simples presença em locais associados a símbolos dessas facções.
Este episódio trágico destaca a necessidade urgente de estratégias eficazes de combate ao crime organizado, além de ações educativas para evitar que gestos ou símbolos sejam interpretados como provocação por essas facções.
A brutalidade do caso serve como um triste lembrete da violência que permeia certas regiões e a importância de se criar mecanismos de proteção para comunidades vulneráveis.