Um episódio alarmante mobilizou a cidade de Araucária, que fica na Região Metropolitana de Curitiba, capital do estado do Paraná, após a denúncia de maus-tratos contra uma criança de quatro anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O menino, que não é verbal, foi encontrado amarrado dentro do banheiro de uma escola no bairro Iguaçu, na última segunda-feira. A situação chamou atenção das autoridades e provocou indignação entre familiares e especialistas da área da educação e saúde.
De acordo com a Guarda Municipal, o garoto estava sozinho, preso a uma cadeira com tiras de tecido que envolviam seus pulsos e cintura. A responsável pelo ato seria uma professora da própria instituição, que confessou aos agentes ter imobilizado o aluno sob a justificativa de que ele estaria agitado.
A pedagoga da escola também teria conhecimento da conduta, conforme relatado aos conselheiros tutelares. A docente foi presa em flagrante por suspeita de tortura e será submetida a audiência de custódia.
O caso levanta preocupações sobre os procedimentos adotados por escolas no atendimento a crianças com necessidades específicas. A instituição, onde o menino estudava há quase três anos, já havia registrado queixas sobre o comportamento do aluno nos últimos meses, segundo relataram os pais.
Após a denúncia, outros registros em vídeo foram encaminhados à família, revelando que a prática de contenção já teria ocorrido em outras ocasiões, inclusive com o menino sendo alimentado enquanto permanecia amarrado.
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As aulas na unidade escolar foram suspensas temporariamente e a direção declarou estar colaborando com as investigações. A pedagoga, embora levada à delegacia, não permaneceu detida. Até o momento, não se sabe por quanto tempo o menino ficou imobilizado ou exposto ao ambiente frio do local.
Casos como este reforçam a necessidade urgente de formação especializada para os profissionais da educação que lidam com crianças com transtornos do neurodesenvolvimento.
Protocolos de cuidado baseados em ciência e empatia são fundamentais para garantir não apenas a segurança, mas também o desenvolvimento saudável desses alunos.
Ações preventivas, como capacitações contínuas e acompanhamento técnico, são indispensáveis para construir um ambiente escolar realmente inclusivo e respeitoso.