Para os católicos, a Quaresma representa um dos momentos mais significativos do ano litúrgico. Esse período de 40 dias é dedicado à introspecção, ao arrependimento e à renovação espiritual, preparando os fiéis para a celebração da Páscoa.
É um tempo em que muitos optam por práticas como jejum, abstinência e atos de caridade, buscando se conectar mais profundamente com sua fé. Mais do que uma tradição, a Quaresma é um chamado à transformação pessoal e ao fortalecimento da relação com Deus.
A tradição da Quaresma remonta ao século IV, quando foi oficializada no Concílio de Niceia, no ano 325 d.C. Ela tem início na Quarta-feira de Cinzas, logo após o fim do Carnaval, e se estende até a Quinta-feira Santa.
Durante esse período, os fiéis são incentivados a refletir sobre os sacrifícios de Cristo no deserto e a adotar práticas que simbolizem sua própria jornada de fé. Uma das marcas da Quaresma é a Quarta-feira de Cinzas, quando os católicos comparecem às igrejas para receber uma cruz de cinzas na testa, em um gesto de humildade e lembrança da efemeridade da vida.
Essas cinzas são feitas a partir da queima dos ramos bentos do Domingo de Ramos do ano anterior e representam um convite à conversão e à crença no Evangelho. Entre as principais penitências quaresmais está a abstinência de carne, especialmente às sextas-feiras.
Segundo a doutrina católica, essa prática é uma forma de solidariedade com o sofrimento de Cristo. No entanto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) permite que esse sacrifício seja substituído por obras de caridade ou outros atos de piedade.
Assim, a Quaresma não é apenas um período de renúncia, mas um tempo de crescimento espiritual e renovação da fé. Para os fiéis, esse é o momento ideal para rever atitudes, fortalecer a espiritualidade e se preparar para a celebração da ressurreição de Cristo na Páscoa.