Casos de violência doméstica são sempre alarmantes e ganham contornos ainda mais graves quando envolvem figuras públicas, especialmente aquelas que se colocam como defensores da lei ou influenciadores de opinião.
Foi o que ocorreu recentemente com João Neto, um nome conhecido nas redes sociais por sua atuação como advogado criminalista, ex-policial militar e criador de conteúdos com viés religioso e jurídico.
O baiano de 47 anos foi preso em flagrante na manhã da segunda, dia 14 de abril após agredir a companheira em Maceió, capital de Alagoas. Com mais de dois milhões de seguidores, João Neto se apresentava como um exemplo de superação e sucesso, misturando conselhos espirituais com vídeos de humor sobre o mundo jurídico.
Porém, câmeras de segurança do prédio onde o casal residia revelaram cenas chocantes: a mulher, de 25 anos, aparece sangrando e sendo empurrada por João. Em seguida, o advogado ordena que outra pessoa limpe o sangue no chão, enquanto a vítima cai, visivelmente abalada. Veja o vídeo:
https://twtter.com/i/status/1912139830164676992
Segundo a vítima, essa não foi a primeira agressão. Após a denúncia, João Neto foi localizado pela polícia pilotando uma motocicleta irregular, sem placa, na contramão. Ele apresentou sua carteira da OAB durante a abordagem, mas mesmo assim foi detido e conduzido à delegacia. O crime será enquadrado como violência doméstica e lesão corporal.
O episódio causou forte repercussão nas redes, gerando indignação entre seguidores e internautas. João, que costumava analisar casos de violência e até comentar julgamentos polêmicos como o de Daniel Alves, agora se vê no centro de um processo que pode manchar definitivamente sua reputação.
https://www.instagram.com/reel/DIEccWAudOw
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Bahia informou que um processo disciplinar está em curso, mas corre em sigilo. A defesa do advogado afirma que prestará esclarecimentos em audiência de custódia.
Enquanto isso, o caso reacende a urgência do combate à violência contra a mulher um crime que não escolhe classe, profissão ou fama. A justiça agora tem a missão de mostrar que ninguém está acima da lei.