A inesperada decisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP) de deixar o Brasil pegou o país de surpresa e intensificou ainda mais as especulações em torno de seu futuro político e jurídico.
Em meio a um dos momentos mais turbulentos de sua carreira, Zambelli anunciou que já está fora do país “há alguns dias”, o que levantou dúvidas sobre suas reais intenções e o impacto dessa saída no processo em que foi recentemente condenada.
A parlamentar foi sentenciada no último dia 14 de maio a 10 anos de prisão por sua participação na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de responder por falsidade ideológica.
O escândalo envolve ainda o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de executar o plano sob orientação da deputada, com a inclusão de documentos forjados entre eles, um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em vídeo divulgado em seu canal no YouTube, Zambelli afirmou estar fora do Brasil em busca de tratamento médico, justificando que pedirá licença de seu mandato. “Não estou desistindo da minha luta. Pelo contrário, estou resistindo”, declarou, em um tom que soou defensivo e enigmático para muitos aliados e opositores.
A defesa da parlamentar declarou à imprensa que não sabe para qual país ela viajou, o que aumenta as especulações sobre uma possível tentativa de se afastar da execução imediata da pena.
A comparação com Eduardo Bolsonaro, que também deixou o país e se licenciou do mandato, foi usada como justificativa por Zambelli para sua saída. Nos bastidores do Congresso, a saída da deputada reacende o debate sobre a cassação de seu mandato.
Embora a condenação tenha sido acompanhada da perda automática do cargo, parlamentares discutem se essa decisão cabe, de fato, apenas ao plenário da Câmara. O caso segue em atualização, e o Brasil aguarda os próximos passos de uma figura política que, mais uma vez, domina os noticiários agora, de fora do país.
