O processo de repatriação do corpo de Juliana Marins, brasileira que morreu em uma trilha na Indonésia, finalmente teve uma definição após dias de incertezas. A Emirates Airlines confirmou que o traslado terá início nesta terça-feira, 1º de julho, com destino a Dubai.
O desembarque do corpo no Rio de Janeiro está previsto para a manhã quarta-feira (2). A companhia justificou o atraso apontando obstáculos operacionais, apesar de esforços para coordenar com autoridades locais e demais envolvidos no processo logístico.
O impasse gerou forte reação por parte da família, que chegou a acusar a empresa aérea de negligência. Neste último domingo (29), os familiares relataram que o transporte havia sido confirmado, mas sofreu alterações inesperadas.
Segundo Mariana Marins, irmã da vítima, o espaço no compartimento de carga teria sido repentinamente considerado indisponível, gerando desconfiança quanto às razões por trás da decisão.
A família teme que os atrasos comprometam a validade do embalsamamento, o que pode dificultar uma nova perícia, já solicitada à Justiça brasileira. A autópsia inicial, realizada em Bali, apontou que Juliana faleceu em decorrência de múltiplas fraturas e lesões internas, sobrevivendo por menos de 20 minutos após o trauma.
O resultado foi divulgado em uma coletiva de imprensa antes que os familiares tivessem acesso ao laudo oficial, gerando críticas pela forma como as informações foram expostas publicamente.
Em busca de novos esclarecimentos sobre a causa e o momento exato da morte, a família acionou a Defensoria Pública da União, que solicitou judicialmente uma nova autópsia a ser feita até seis horas após a chegada do corpo ao Brasil.
O pedido será analisado pelo juiz responsável pelo caso. Além disso, a Defensoria enviou um ofício à Polícia Federal, requisitando a abertura de inquérito para investigar as circunstâncias da morte da jovem.
O episódio revela falhas nos protocolos de comunicação e assistência consular em situações sensíveis, além de evidenciar a angústia enfrentada por famílias que perdem entes queridos fora do país. A espera por justiça e respostas se soma ao processo doloroso do luto.