A relação do ministro Alexandre de Moraes com os Estados Unidos está se deteriorando rapidamente. O que antes parecia uma questão interna do Brasil agora ganhou dimensão internacional, com o Congresso americano avançando em um projeto de lei que pode impedir sua entrada no país.
Esse cenário representa um desafio diplomático sem precedentes para um magistrado brasileiro e acende um alerta sobre como suas decisões no Supremo Tribunal Federal (STF) estão sendo interpretadas no exterior.
Nesta quarta, dia 26 de fevereiro, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA debateu uma proposta que visa barrar a entrada de autoridades estrangeiras que violem a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão.
O projeto, patrocinado pelos deputados republicanos María Elvira Salazar e Darrell Issa, surgiu após decisões de Moraes que impactaram plataformas digitais, incluindo a rede social X, de Elon Musk.
Na época, a suspensão do acesso à plataforma no Brasil gerou forte repercussão entre políticos e empresários nos Estados Unidos, que enxergaram a medida como um ataque à liberdade de expressão. Caso a proposta avance, Moraes poderá ser impedido de ingressar em território americano, o que seria um duro golpe para sua credibilidade internacional.
Além disso, o ministro já está na mira de sanções pela Lei Global Magnitsky, que permite ao governo dos EUA punir estrangeiros envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos. Se enquadrado nessa legislação, Moraes poderia ter seus bens congelados em instituições financeiras internacionais, além de enfrentar restrições de viagem.
A tensão crescente entre Alexandre de Moraes e os EUA sinaliza um possível embate entre poderes e levanta dúvidas sobre as consequências dessa crise para as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.