Ao longo de um período de 24 anos, enquanto estava sob cuidados médicos em hospitais da cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo, a história da paciente conhecida como Clarinha permaneceu envolta em mistério.
Além de seu nome, informações cruciais como sua idade, residência e a existência de parentes no Espírito Santo ou em qualquer outro estado eram desconhecidas.
Desde o início, a equipe médica nutria a esperança de identificar algum familiar ou possivelmente um filho de Clarinha, dada a presença de uma cicatriz de cesariana, mas essas expectativas nunca se concretizaram. Estimativas apontam que, em 2024, Clarinha teria uma idade situada entre os 40 e 50 anos.
“Pode ser que ela tenha um filho que esteja vivo. Essa marca de cesárea realmente reforça muito a possibilidade de alguém da família identificá-la. Eu gostaria muito disso”, ressaltou médico Jorge Potratz, no ano de 2016, quando o caso da paciente ganhou uma enorme repercussão.
Ao que tudo indica, “Clarinha” como era carinhosamente chamada por todas as equipes dos hospitais por onde passou, nunca recebeu sequer uma visita de um familiar ou amigo.
O médico tenente-coronel Jorge Potratz, responsável pelo acompanhamento de Clarinha supõe que ela tenha falecido aos 47 anos de idade. Ele inclusive ressaltou que não queria que a sua paciente fosse enterrada como uma indigente e afirmou que a partida de ‘Clarinha’; “é uma perda para todos nós”.
Ao longo dessas décadas, em uma rotina diária, a paciente foi atendida por médicos e enfermeiros. O tenente-coronel médico responsável por seu caso, continuou a supervisionar seus cuidados mesmo após sua aposentadoria. Foi sob sua decisão que ela recebeu o nome Clarinha.
Potratz prestou assistência à mulher provendo produtos essenciais para os cuidados hospitalares, que geralmente não são fornecidos a pacientes em sua condição.
Cremes, itens de higiene, produtos de limpeza e fraldas eram providenciados pelo coronel, que assumia os custos das compras. Nesta última quinta-feira (14), foi oficialmente confirmado o falecimento de Clarinha. Durante a manhã, a paciente sofreu um episódio de broncoaspiração e, lamentavelmente, não conseguiu superar a situação.
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No Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, Clarinha foi vítima de um atropelamento no Centro de Vitória. Apesar de ter sido resgatada por uma ambulância, ela não portava documentos e chegou ao hospital inconsciente, sem identificação.