Em 2024, o filme “Conclave” chegou aos cinemas e causou bastante repercussão. Ninguém sabia mas, meses depois, o mundo acompanhou o verdadeiro Conclave na vida real, após a morte do Papa Francisco.
Alguns detalhes do filme chamaram bastante a atenção, especialmente porque trouxeram uma perspectiva dos bastidores do Vaticano que a maioria das pessoas não tem. Ninguém realmente conhece a rotina do Estado católico.
Um desses detalhes foi justamente as cenas em que cardeais apareciam fumando. Muitas pessoas se surpreenderam com as imagens, interpretadas até como blasfêmia por alguns. Acontece que o consumo de cigarros existe e é legal no Vaticano.
Existe ainda um detalhe ainda maior: não existe nenhum impedimento contra o fumo de cigarros, inclusive por parte do Papa. Ou seja, se o Pontífice quiser fumar, ele pode. As regras do Vaticano recomendam apenas que exista moderação, mas não proíbe.
“A virtude da temperança nos dispõe a evitar todo tipo de excesso: o abuso de comida, álcool, tabaco ou medicamentos”, diz o parágrafo 2290 do Catecismo. O assunto, no entanto, ganhou uma atualização durante o Papado de Francisco.
Em 2017, Francisco tomou a decisão de banir totalmente a venda de cigarros dentro dos territórios do Vaticano. Em seu comunicado, o então Papa destacou que “nenhum lucro pode ser legítimo se custa a vida das pessoas“.
A decisão de Francisco foi apenas mais uma em uma agenda adotada pelo Papa, que ficou conhecido por sua postura reformista. Francisco nunca escondeu sua preocupação com discussões políticas, ecológicas e de saúde pública.
Na história, muitos podem se lembrar do Papa João Paulo II (que foi Papa entre 1978 e 2005). O polonês era fumante e teria abandonado o cigarro ao se tornar Papa. Pio X (que foi Papa entre 1903 à 1914) também era conhecido por fumar charuto.
* Imagem de capa mostra o ator Jude Law no filme “Young Pope”, lançado em 2017.
