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Cientista faz alerta preocupante: eugenia está em alta novamente; entenda os riscos

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A comidade científica precisa ficar alerta para não haver um enorme retrocesso.

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O avanço do conhecimento científico não tem sido suficiente para impedir o ressurgimento de ideias perigosas que se pretendem sustentadas por argumentos genéticos.

Em artigo recente publicado na prestigiada revista Nature, a professora Genevieve L. Wojcik, da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, alerta para a revalorização de teses eugenistas travestidas de ciência.

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Segundo ela, cientistas têm o dever de se posicionar com firmeza contra essas teorias pseudocientíficas que, sob a máscara da biologia, sustentam projetos de supremacia racial e exclusão social.

A eugenia, cujas raízes remontam ao fim do século XIX, propunha a “melhoria” da espécie humana por meio do controle reprodutivo, promovendo a reprodução dos considerados superiores e impedindo a dos tidos como inferiores.

Essa lógica perversa não apenas influenciou políticas públicas nos Estados Unidos como o Johnson-Reed Act de 1924, que restringiu a imigração de certos grupos étnicos, como também resultou em práticas extremas, como a esterilização forçada de dezenas de milhares de pessoas até a década de 1970.

No entanto, Wojcik alerta que a retórica eugenista não é um capítulo encerrado da história: ela reaparece, agora sob novas roupagens, como no discurso político de Donald Trump, que chegou a afirmar que os Estados Unidos têm “muitos genes ruins”, numa referência a imigrantes.

A epidemiologista também denuncia declarações recentes de figuras públicas, como o secretário de Saúde Robert Kennedy Jr., que sugeriu que crianças negras deveriam receber vacinas diferentes das brancas, com base em alegadas diferenças nos sistemas imunológicos.

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Wojcik ressalta que essa ideia não apenas carece de embasamento científico, como representa uma grave distorção da biologia humana. Estudos genéticos indicam que dois genomas humanos são, em média, 99% idênticos, independentemente das diferenças fenotípicas. Assim, conceitos como “raça biológica” não possuem validade científica, sendo, na prática, um constructo social.

Para exemplificar os riscos do uso equivocado da raça em pesquisas médicas, a professora cita as hemoglobinopatias. Enquanto em determinadas regiões da Índia a incidência de talassemia beta ultrapassa 8%, na China ela não chega a 3%.

Tratar esses dados de maneira genérica, usando termos como “asiáticos”, oculta importantes particularidades geográficas e clínicas, prejudicando a efetividade de políticas públicas de saúde.

O alerta de Genevieve Wojcik não é apenas técnico, mas ético e social: sem uma ação consciente e coletiva da comunidade científica, o mundo poderá ver recrudescer o nacionalismo branco e outras formas de exclusão baseadas em falsas premissas biológicas.

Para ela, proteger o rigor científico e combater as distorções ideológicas que ameaçam a igualdade é essencial para garantir um futuro mais justo e verdadeiramente baseado na ciência.

Sobre o Autor

Fabiana Batista Stos

Jornalista digital, com mais de 10 anos de experiência em criação de conteúdo dos mais diversos assuntos. Amo escrever e me dedico ao meu trabalho com muito carinho e determinação.