Tati Machado está sofrendo com a perda de seu bebê. Ela já estava em uma gestação avançada, e no momento, está recebendo apoio psicológico. Diante disso, fica a pergunta: como esse tipo de perda impacta a saúde mental das mães?
Na visão da neuropsicologia, a morte de um bebê no final da gestação representa um “choque brutal”. A especialista em comportamento humano, Carol Mattos, conta mais detalhes sobre o que pode acontecer com uma mãe que enfrenta essa dura perda.
“Quando a perda acontece, não se vai apenas um bebê, vai-se também todo um futuro idealizado, uma ligação profunda que já estava estabelecida. É o luto de um colo vazio”, declarou.
Esse tipo de luto pode gerar vários sintomas graves nas mães que perderam seus bebês, como estresse pós-traumático, ansiedade intensa, insônia, alterações no apetite, crises de culpa e até depressão.
Por isso, psicólogos e psiquiatras ressaltam a urgência de apoio especializado: “O cérebro entra em disritmia emocional. Com a perda, há uma desorganização emocional que afeta até funções básicas como dormir, comer e tomar decisões”, declarou Carol Mattos.
Além do acompanhamento clínico, é fundamental que a mulher tenha um suporte empático nesta situação. Comentários neste momento devem ser cuidados.
Alguns comentários comuns como “logo você terá outro”, “foi melhor assim”, podem fazer com que a dor desta mulher seja invalidade e dificulte a reconstrução de seu materno.
A recomendação para ajudar alguém neste momento é mostrar uma presença solidária, silenciosa, sem julgamento ou pressões para “seguir em frente”. O luto perinatal não tem uma fórmula pronta, o que significa que nem todas as mulheres enfrentarão da mesma forma.
O principal é reconhecer que se trata de uma dor profunda e é necessário respeitar seu tempo para que ela seja acolhida e amparada diante de uma despedida precoce e devastadora.
