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Celebridades assumem fé no Candomblé e reforçam combate à intolerância religiosa

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A presença de figuras públicas que professam o Candomblé tem contribuído para dar mais visibilidade a uma das tradições religiosas mais enraizadas da cultura afro-brasileira

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Mesmo diante de episódios recorrentes de intolerância, artistas como Anitta, Maria Bethânia e Bruno Gagliasso vêm a público declarar sua devoção aos orixás, fortalecendo a representatividade dessa fé ancestral no cenário nacional.

Originado na África e trazido ao Brasil por povos escravizados, o Candomblé reverencia divindades conhecidas como orixás, ligadas aos elementos da natureza e às forças vitais. Seus rituais se expressam por meio de músicas, danças, oferendas e uma profunda valorização da ancestralidade.

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A religião, marcada pela espiritualidade e resistência, ganha cada vez mais espaço nas redes sociais e na mídia por meio de celebridades que não apenas professam a fé, mas também denunciam o preconceito que a cerca.

Entre os nomes mais conhecidos, Anitta se destaca como uma das personalidades que assumiu o Candomblé publicamente. Iniciada em 2013, a cantora ocupa a posição de Ẹkẹdi, cuja função é auxiliar nos rituais religiosos. Ela frequenta um terreiro em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e segue a tradição do pai, Mauro Machado, que também é adepto da religião.

A cantora Daniela Mercury também utiliza sua plataforma para valorizar suas raízes afro-brasileiras. Filha de Oxalá, ela costuma homenagear o Candomblé em suas canções — como em Senhora do Terreiro — e se posiciona abertamente contra a intolerância religiosa.

Bruno Gagliasso, por sua vez, é Ogã, título destinado aos homens que comandam os cânticos e tocam os atabaques nas cerimônias. Ele frequenta o Ilê Axé Opô Aganju, localizado em Salvador, e revelou sua fé durante as gravações da série Santo, da Netflix.

Outro exemplo é Cleo Pires, que renovou os votos de casamento em um terreiro em 2022. Ela tem usado suas redes sociais para rebater ataques religiosos. “Eu espero não ter que ficar voltando nesse assunto que já era para ser uma página virada, não vou tolerar esse tipo de comentário por aqui”, desabafou a atriz em um post.

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A aproximação de Isis Valverde com o Candomblé aconteceu após um grave acidente de carro em 2014. Desde então, a atriz se dedica à devoção a Iemanjá, orixá das águas, e costuma prestar homenagens à divindade em suas redes sociais.

Jéssica Ellen também encontrou na religião um espaço de acolhimento. Seu primeiro contato ocorreu em 2016, durante uma festa de Oxalá. Desde então, a atriz e cantora afirma ter se identificado profundamente com os rituais. “É um lugar onde me sinto em casa”, declarou em entrevis

Maria Bethânia mantém relação próxima com o Candomblé desde que foi iniciada, em 1981. Diferente do irmão Caetano Veloso, que não seguiu pela mesma fé, Bethânia mantém viva sua conexão com os orixás e dedica diversas canções à religião.

Por fim, Alcione também faz parte desse grupo de artistas ligados ao Candomblé. Criada na tradição católica, encontrou na religião afro-brasileira uma nova maneira de se relacionar com o sagrado. Devota de Iansã, a orixá dos ventos e tempestades, a cantora frequenta um terreiro em Duque de Caxias, no estado do Rio.

Mesmo enfrentando obstáculos como o preconceito, essas personalidades demonstram, com suas histórias e trajetórias, que a fé no Candomblé não apenas resiste, mas também floresce — especialmente quando encontra espaço para ser celebrada publicamente.

Sobre o Autor

VANESSA B

Escreve de tudo um pouco: notícias do dia, curiosidades, ciências... basta ter um bom café pra animar a prosa.