Em um caso que chocou a Grande São Paulo, a investigação sobre o assassinato da adolescente Vitória Regina de Sousa teve novos desdobramentos com a divulgação de um vídeo da confissão de Maicol Antonio Sales dos Santos, preso sob suspeita de ser o autor do crime.
A gravação mostra o suspeito de costas, em uma sala com policiais e um escrivão, descrevendo com frieza os detalhes do ocorrido e alegando ter agido sem a ajuda de terceiros. Em seu relato, Maicol admite ter enterrado o corpo da jovem logo após o assassinato, tentando despistar a polícia e eliminar vestígios.
Durante o interrogatório, o homem disse ter atraído Vitória oferecendo uma carona em seu veículo, um Corolla prata. A abordagem teria ocorrido após ele visualizar uma postagem da vítima em uma rede social, em que mostrava estar sozinha indo para o ponto de ônibus.
O suspeito sabia da rotina de Vitória Regina, no dia em que a jovem desapareceu, o carro do pai dela estava quebrado o que impossibilitou que o familiar a buscasse.
Maicol contou que, durante o trajeto, questionou Vitória sobre um antigo relacionamento e, após uma discussão, a jovem reagiu com tapas e arranhões. Ele então usou um objeto cortante, localizado ao lado do banco do motorista, para golpear a adolescente.
Maicol afirmou ter desferido dois golpes fatais, um no pescoço e outro no peito, que, segundo ele, causaram a morte rápida da vítima, sem chance de pedir socorro.
No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal revelou três perfurações, além de sinais de tortura e ferimentos no rosto. Não foram encontrados indícios de abuso sexual.
Um detalhe chamou a atenção, durante o depoimento ao ser questionado sobre o estado que o corpo de Vitória foi encontrado, Maicol afirmou que não foi o responsável por raspar o cabelo da vítima e que havia ocultado o cadáver em local diferente de onde foi encontrado.
Este ponto do depoimento é intrigante, pois neste caso, terceiros tiveram acesso ao corpo, após sua desova. A necropsia confirmou que as facadas foram a causa da morte. O corpo de Vitória foi localizado no início de março, cerca de uma semana após o desaparecimento.
A polícia acredita que Maicol desenvolveu uma obsessão pela adolescente, monitorando suas redes sociais desde o início de 2024. Em seu celular, os investigadores encontraram diversas fotos da jovem.
Apesar da gravidade das acusações, ele negou ter qualquer envolvimento com organizações criminosas e afirmou nunca ter tido passagem anterior pela polícia. Entretanto, mesmo após a confissão, as investigações continuam em diversas linhas.
Durante entrevista coletiva, os responsáveis pela investigação reforçaram que não há indícios de envolvimento de outras pessoas, descartando a participação de suspeitos anteriormente mencionados, como o ex-namorado de Vitória.
Os delegados envolvidos também relataram que o acusado demonstrou comportamento frio e ausência de arrependimento, características que serão analisadas em exames psiquiátricos no decorrer do processo judicial.
Casos como este revelam a importância do monitoramento de interações online e da proteção de jovens frente a possíveis perseguições e ameaças. As ações de Maicol mostram que ele agia como um stalker.
A rápida atuação da polícia e o aprofundamento das investigações foram cruciais para elucidar o crime, mas o impacto emocional para a família e a comunidade permanece como um alerta para os perigos do mundo digital e a necessidade de educação preventiva.