O caso envolvendo a morte da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar, interior de São Paulo, segue em investigação, com novos desdobramentos que levantam suspeitas sobre os envolvidos.
Um dos investigados, Daniel Lucas Pereira, teria registrado diversas vezes o trajeto percorrido pela vítima antes de desaparecer. As gravações foram localizadas em seu celular, conforme informou a Polícia Civil da Grande São Paulo.
O dispositivo será encaminhado para perícia, mas os investigadores já identificaram registros do caminho entre o ponto de ônibus e a residência da adolescente. Apesar dessa evidência, a Justiça negou o pedido de prisão temporária de Daniel.
A juíza responsável pelo caso considerou que, até o momento, a única ligação direta dele com o crime era uma foto de um dos veículos investigados. Segundo Daniel, ele teria fotografado um automóvel modelo Corolla no dia seguinte ao desaparecimento de Vitória, pois o carro estava sendo citado em notícias sobre o caso.
Esse veículo pertence a Maicol Antônio Sales dos Santos, que já foi preso sob suspeita de envolvimento no crime. Outro nome investigado é o de Gustavo Vinícius Moraes, ex-namorado da vítima.
Testemunhas e provas indicam que ele teria fornecido informações contraditórias à polícia e que estava próximo ao ponto de ônibus onde Vitória foi vista pela última vez.
A defesa de Gustavo alega que ele está sendo alvo de ameaças nas redes sociais e nega qualquer envolvimento na morte da jovem. Seu advogado afirma que ele é um trabalhador autônomo, pai de um menino de quatro anos, e que a única conexão com a vítima seria uma mensagem enviada por Vitória enquanto esperava pelo ônibus.
Os últimos momentos de Vitória antes de desaparecer foram registrados em mensagens enviadas a uma amiga. Após sair do trabalho, a adolescente pegou um ônibus e relatou estar preocupada, mencionando a sensação de estar sendo seguida.
As investigações apontam que um Corolla passou pelo mesmo trajeto dela, levantando a hipótese de perseguição. O corpo da jovem foi localizado no dia 5 de março e apresentava sinais de tortura. Outro aspecto investigado é a possível ligação do crime com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o delegado responsável pelo caso, Vitória foi encontrada com os cabelos raspados, o que pode indicar um castigo relacionado a traição amorosa, um método supostamente utilizado pelo grupo.
Além disso, há registros da prisão de um integrante do PCC na região onde o corpo da adolescente foi encontrado, cerca de quatro meses antes do crime.As autoridades continuam reunindo provas para esclarecer os detalhes do caso e determinar o envolvimento dos suspeitos.
A hipótese de crime passional, aliada a possíveis conexões com o crime organizado, torna as investigações ainda mais complexas. As investigações seguem em segredo de Justiça.