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Caso Vitória: em áudio, Maicol afirma que confessou o crime ao ser pressionado pela polícia

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O caso continua envolto de mistérios.

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Novos elementos surgiram nas investigações sobre o assassinato da adolescente Vitória Souza, ocorrido em fevereiro na cidade de Cajamar, região metropolitana de São Paulo.

Maicol Santos, principal suspeito do crime e atualmente preso, aparece em um novo áudio afirmando ter sido coagido por um delegado a confessar a autoria do homicídio.

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A gravação, feita por sua defesa dois dias após o interrogatório oficial, tem cerca de dez minutos, dos quais dois foram divulgados à imprensa. No conteúdo, Maicol relata que foi pressionado sob ameaça de ver familiares envolvidos no caso caso não colaborasse com os investigadores.

De acordo com os advogados de Maicol, a intenção é utilizar essa gravação para solicitar à Justiça a anulação da confissão registrada em vídeo pela Polícia Civil.

Os defensores alegam que não participaram do depoimento e relatam dificuldades de acesso ao cliente e aos autos do inquérito, situação que também foi relatada à Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP.

A entidade informou que esteve na delegacia com o objetivo de assegurar o direito de atuação dos advogados, sem se posicionar sobre o conteúdo da investigação.

A Secretaria da Segurança Pública, por sua vez, manteve a posição de que todas as etapas do processo foram conduzidas legalmente. Destacou ainda que o depoimento foi gravado em vídeo, na presença de uma advogada da OAB, chamada pela própria delegacia.

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A pasta também confirmou que solicitou ao Instituto Médico Legal a realização de uma reconstituição do crime, como parte da fase final do inquérito. Para ouvir ao áudio CLIQUE AQUI!

A confissão de Maicol, divulgada em vídeos pela polícia, aponta que ele matou Vitória após uma discussão motivada por ameaças dela de contar à esposa dele sobre um antigo relacionamento entre os dois.

A adolescente foi atacada com uma faca, e seu corpo foi encontrado dias depois em uma área de mata, com ferimentos no rosto, pescoço e tórax. Embora Maicol tenha afirmado que enterrou a vítima, o corpo foi localizado parcialmente exposto, e a perícia descartou violência sexual.

Algumas inconsistências entre a confissão e os achados periciais geram novas dúvidas. Maicol declarou ter desferido dois golpes de faca, enquanto o exame identificou três ferimentos.

Também não foram encontrados sinais de sangue ou luta no veículo do suspeito, embora vestígios como um fio de cabelo e uma mancha suspeita tenham sido recolhidos e enviados para análise.

Outro ponto em disputa é a tentativa de realização de uma perícia psiquiátrica em Maicol, solicitada pela polícia. A defesa ingressou com pedido judicial para barrar o exame, alegando que ele foi agendado sem autorização da Justiça, o que seria ilegal.

Os advogados consideram que a medida tem como objetivo legitimar uma confissão obtida sob coação. O caso continua mobilizando a opinião pública, com familiares da vítima acreditando que Maicol não agiu sozinho.

A divergência entre as versões oficiais e a defesa reforça a complexidade da investigação e aponta para a necessidade de uma apuração minuciosa e transparente, que respeite os direitos das partes envolvidas e busque a verdade dos fatos com base em provas sólidas e procedimentos legais.

Sobre o Autor

Fabiana Batista Stos

Jornalista digital, com mais de 10 anos de experiência em criação de conteúdo dos mais diversos assuntos. Amo escrever e me dedico ao meu trabalho com muito carinho e determinação.