A confirmação da morte cerebral de um menino de 4 anos, vítima de espancamento, lançou luz sobre um caso trágico de violência doméstica que teve como cenário uma cidade localizada no extremo sul da Bahia.
Henry Miguel Langkamer Trindade foi internado na semana passada com uma fratura no crânio e, infelizmente, não resistiu aos ferimentos, conforme informado pelo pai nesta terça-feira (23). O caso chocou a comunidade de Alcobaça e despertou um debate urgente sobre a proteção infantil.
Os principais suspeitos de cometer tal barbaridade são a mãe do menino e o padrasto, cujas identidades não foram divulgadas. Eles foram presos em flagrante na última quarta-feira (17), após levarem Henry desacordado a uma unidade de saúde.
A equipe médica que acolheu a criança para o atendimento constatou hematomas pelo corpo da criança, sangramento na boca e sinais claros de pancadas na cabeça. Com o agravamento do quadro, Henry foi transferido para uma unidade hospitalar de referência na cidade de Teixeira de Freitas, onde ficou internado na UTI.
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Henry sofria da síndrome de West, uma rara forma de epilepsia que causa atrasos no desenvolvimento, espasmos físicos e outras complicações severas. Devido à sua condição, ele tinha dificuldades para falar e se locomover, necessitando de cuidados especiais.
Esse detalhe torna ainda mais doloroso o relato dos maus-tratos que sofreu. Investigações revelaram que a criança havia sido levada ao Conselho Tutelar cerca de quatro meses antes, também por denúncia de maus-tratos, apresentando fraturas nos tornozelos.
Durante as investigações, familiares da mãe de Henry relataram que o padrasto era violento e praticava espancamentos, com o consentimento da mulher. A polícia ainda não esclareceu se ela permitia as agressões por medo ou por conveniência.
As provas coletadas pelos investigadores confirmaram o histórico de violência sofrido pelo menino, levando à prisão do casal, que foi transferido para uma unidade policial em Teixeira de Freitas.
