Em 2013, o Vaticano anunciava Francisco como novo Papa da Igreja Católica. Na época, a decisão chamou a atenção e causou alvoroço entre os católicos mais tradicionais, por um motivo curioso: Francisco era argentino.
A Igreja Católica surge na Europa, em um contexto muito diferente do que é hoje, e por séculos as decisões principais estiveram centralizadas na Europa, especialmente italianos. Os papas João Paulo II e Bento XVI, polonês e alemão, eram as exceções até Francisco assumir.
Com a morte do Papa Francisco, a Igreja católica deve eleger seu sucessor e a decisão é algo que levanta uma série de debates e expectativas por parte dos fieis. Quem será o novo Papa?
Há quem acredite que a Igreja vai se voltar aos costumes mais tradicionais, com a escolha de um Papa europeu e talvez italiano. Mas há também quem acredita que seja possível uma nova escolha surpreendente.
Para o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, por exemplo, não seria surpresa que a Igreja tivesse um pontífice de origem asiática ou até africana. Odilo vê a Igreja Católica com uma abertura maior do que no passado.
“A maioria, a grande maioria dos cardeais, não são mais europeus. América Latina e do Norte têm um grande peso, a África tem um peso significativo e a Ásia também tem um peso no colégio de cardeais”, explicou.
Odilo realizou, a manhã desta segunda, uma coletiva de imprensa. O cardeal é esperado em Roma, onde vai participar do velório do Papa e deve se reunir com os demais cardeais aptos para participar do conclave, que escolhe o próximo Papa.
A escolha do próximo Papa vai determinar os rumos da Igreja Católica pelos próximos anos, uma vez que a liderança do Papado é também uma diretriz para a Igreja de forma geral.