Casos de desaparecimento e violência urbana continuam a evidenciar os riscos diários enfrentados por mulheres nas grandes cidades brasileiras. O trajeto entre um terminal de transporte público e a residência, algo corriqueiro para milhões de pessoas, pode, em instantes, se transformar em tragédia.
Estatísticas mostram que, no Brasil, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas, um dado alarmante que reforça a necessidade de políticas públicas eficazes de proteção e segurança.
Bruna Oliveira da Silva, estudante de 28 anos, desapareceu após deixar o Terminal Metrô Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, na noite do último domingo, 13 de abril.
Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem caminhando em direção à sua casa, localizada a cerca de 20 minutos a pé. Inicialmente, é possível vê-la atravessando a rua e seguindo um trajeto habitual.
Em um trecho posterior, porém, as gravações não a registram mais, levando a polícia a suspeitar que ela tenha sido abordada nesse intervalo. As autoridades buscam agora imagens de uma câmera adicional que possa ter captado o momento da ação.
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Bruna havia passado o fim de semana na casa do namorado, na Zona Oeste, e, ao chegar à estação de Itaquera, relatou à mãe ter perdido o ônibus e estar com o celular quase descarregado.
A mãe enviou um valor por Pix para que ela pedisse um carro de aplicativo, mas o contato foi perdido por volta das 22h20. No dia seguinte, a família registrou o desaparecimento.
O corpo da jovem foi encontrado quatro dias depois, nos fundos de um estacionamento próximo ao terminal, apenas com roupas íntimas e apresentando sinais de agressão.
O reconhecimento foi feito pelos familiares no Instituto Médico Legal através de tatuagens. A investigação está a cargo do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e ainda não há suspeitos identificados.
Bruna cursava mestrado na Universidade de São Paulo, estudava temas ligados à mudança social e combate à violência de gênero e era mãe de um menino de sete anos.
Sua história destaca, de maneira trágica, a urgência de ações que garantam mais segurança para mulheres no espaço urbano e reafirma o compromisso necessário com a luta contra a violência de gênero em todas as suas formas.