As complicações intestinais representam um desafio considerável para pacientes que já passaram por múltiplas cirurgias abdominais. A formação de aderências, como as bridas intestinais, é uma consequência relativamente comum nesses casos e pode levar a quadros sérios de obstrução intestinal.
No Brasil, a obstrução é uma das principais causas de internações cirúrgicas de emergência, exigindo intervenção rápida para evitar riscos maiores à saúde e em alguns casos levam ao óbito.
O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star, em Brasília, após ser submetido a um procedimento cirúrgico no domingo anterior para corrigir uma obstrução intestinal.
Segundo o boletim médico divulgado neste sábado (19), ele apresentou alteração na pressão arterial, situação que já foi controlada. Como ainda não foram observados movimentos intestinais efetivos, Bolsonaro permanece em jejum oral e recebe alimentação por via parenteral.
A equipe médica pretende intensificar a fisioterapia motora e outras medidas de reabilitação nas próximas horas. A recomendação é que ele continue sem receber visitas, e ainda não há previsão de alta da UTI.
O procedimento ao qual o ex-presidente foi submetido durou cerca de 12 horas e teve como foco a retirada de bridas intestinais e a reconstrução de parte da parede abdominal.
Essas aderências são estruturas de tecido cicatricial que podem obstruir o trânsito normal dos alimentos digeridos e causar sintomas como dor intensa, distensão abdominal e vômitos.
A formação dessas bridas é especialmente comum em pacientes com histórico de múltiplas cirurgias, como no caso de Bolsonaro, que passou por diversas intervenções após o atentado sofrido em 2018.
Apesar de a evolução clínica ser considerada positiva, o monitoramento intensivo continuará pelos próximos dias. Esse tipo de situação reforça a importância dos cuidados pós-cirúrgicos e da atenção a sintomas precoces de complicações intestinais, que podem, se não tratadas a tempo, gerar riscos sérios à vida do paciente.
A expectativa é de que, com a resposta ao tratamento e o fortalecimento físico, o ex-presidente possa deixar a UTI quando houver segurança para a transferência.
