Mesmo durante julgamentos sérios e solenes, como os realizados no Supremo Tribunal Federal (STF), não é incomum que momentos inusitados chamem a atenção seja por declarações espontâneas, reações inesperadas ou até mesmo brincadeiras improváveis.
Foi justamente isso que aconteceu durante o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta terça, dia 10 de junho, em uma audiência que investiga sua suposta tentativa de envolvimento em um movimento antidemocrático.
No meio do interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro, em tom descontraído, pediu permissão para fazer uma brincadeira. Com a devida cautela, Moraes respondeu de forma séria, deixando a decisão nas mãos dos advogados do ex-presidente.
Em seguida, veio a frase surpreendente: “Eu gostaria de convidá-lo para ser vice em 2026.” O comentário, feito de maneira irônica, arrancou risos discretos de alguns presentes na audiência, quebrando momentaneamente o clima tenso que costuma acompanhar esse tipo de sessão.
Moraes, mantendo a formalidade, respondeu com um simples e direto “Eu declino novamente”, repetindo a palavra que já havia usado anteriormente ao recusar ver um vídeo sugerido por Bolsonaro.
Eu não sei nem o que falar pic.twitter.com/LTlVMXSta5
— Renata Barreto (@renatajbarreto) June 10, 2025
O trecho do interrogatório rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais e em plataformas de notícias, tanto pelo inusitado da proposta quanto pelo contraste entre o tom da fala de Bolsonaro e o ambiente formal do STF.
O momento virou meme, piada política e também alimentou discussões sobre a estratégia de comunicação do ex-presidente, que costuma usar o humor para desviar a atenção de temas delicados.
Apesar do tom leve do convite, o contexto do depoimento é sério. Bolsonaro é réu em um processo que investiga se houve tentativa de golpe de Estado durante seu governo. Moraes, relator do caso, é uma das figuras centrais na apuração de ataques à democracia e à ordem institucional brasileira.
Enquanto os desdobramentos jurídicos seguem em andamento, o episódio serve como mais um lembrete de que, mesmo nas instâncias mais altas da Justiça, o inesperado pode sempre bater à porta com risos ou com reflexões.
