O ex-presidente Jair Bolsonaro chorou e expressou insatisfação ao acompanhar a esposa, Michelle Bolsonaro, ao aeroporto de Brasília, de onde ela partiu para participar da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Bolsonaro, impedido de sair do Brasil devido a ordens judiciais, declarou sentir-se emocionalmente abalado e reiterou que enfrenta o que classifica como “perseguição política”.
O ex-mandatário mencionou que o convite de Trump seria uma demonstração de confiança em sua capacidade de contribuir para a democracia brasileira, inclusive afastando sua inelegibilidade política. Bolsonaro relatou que havia pré-agendado encontros com líderes de Estado por intermédio de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que, junto com a esposa, acompanhará Michelle nos eventos.
O ex-presidente afirmou que o impedimento de sua viagem o deixou “constrangido” e reforçou sua visão de que é tratado como um “preso político”. Michelle Bolsonaro também comentou sobre o contexto enfrentado pelo marido, argumentando que ele é alvo de perseguição política devido à sua relevância como líder da direita no Brasil.
Segundo ela, a força de Bolsonaro na cena política incomoda seus adversários, que, em suas palavras, têm “medo” do impacto político do ex-presidente. Bolsonaro aproveitou a ocasião para criticar figuras do governo e a oposição. Ele mencionou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em resposta a alegações sobre aquisição de imóveis com recursos de origem questionável.
O ex-presidente classificou as acusações como infundadas e anunciou que irá processar Haddad por suas declarações. Bolsonaro ainda disparou críticas ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao governo federal, sugerindo que a gestão não terá sucesso devido à liderança que chamou de inadequada.
Bolsonaro chora no aeroporto ao ser barrado de ir aos EUA acompanhar a posse de Donald Trump.
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Além disso, Bolsonaro abordou polêmicas relacionadas à minuta de golpe encontrada em investigações, negando que discussões sobre dispositivos constitucionais pudessem ser interpretadas como tentativa de golpe. Ele afirmou que qualquer medida nesse sentido exigiria aprovação do Congresso e não representaria uma violação das normas democráticas.
O episódio ressalta as tensões políticas que ainda envolvem o ex-presidente e seu entorno, ao mesmo tempo em que reacende debates sobre a polarização no país e os desdobramentos das investigações que miram sua família e aliados.