Em meio a uma das maiores tragédias climáticas já registradas no sul do Brasil, uma história comovente ganhou destaque e tocou o coração do país. O drama vivido por muitas famílias durante a enchente histórica de maio de 2024, no Rio Grande do Sul, escancarou a vulnerabilidade humana diante da força da natureza.
Na ocasião, o Rio Taquari ultrapassou níveis alarmantes, alcançando 34 metros — 21 metros acima do limite de inundação — e obrigando milhares de moradores a deixarem tudo para trás em busca de segurança. A região mais afetada foi o Vale do Taquari, onde várias cidades ficaram submersas.
Entre as imagens mais marcantes da catástrofe, estava a do pequeno Anthony Miguel sendo resgatado de helicóptero, direto do telhado de sua casa, em Cruzeiro do Sul.
Com apenas cinco meses de vida, ele e sua família sobreviveram três dias sobre o telhado da residência, que havia sido completamente tomada pela água. Sem comida ou água potável, esperaram socorro até a chegada de uma equipe do Exército.
A casa onde estavam, bem como os móveis e o carro da família, foram totalmente destruídos pela cheia. Infelizmente, a história de resistência e esperança teve um desfecho trágico.
A família confirmou nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025, o falecimento de Anthony, que havia sido internado na UTI com um quadro de infecção generalizada. A mãe havia informado sobre o estado de saúde do bebê pelas redes sociais no dia anterior. Anthony completaria dois anos em novembro deste ano.
O sepultamento da criança está marcado para as 10h30 desta quinta-feira, 8 de maio, no Cemitério Católico Particular de Cruzeiro do Sul. A perda do bebê simboliza a extensão humana do desastre, reforçando a urgência de políticas públicas voltadas à prevenção e enfrentamento de eventos climáticos extremos.