Nesta semana, os pais do pastor mirim Miguel Oliveira, de 15 anos de idade, foram procurados pelo Conselho Tutelar e receberam orientações sobre os cuidados em relação a exposição do garoto na web.
Miguel ficou conhecido ao longo dos últimos meses por vídeos em que aparece pregando. Os vídeos, no entanto, dividiram opiniões e causaram repercussões negativas, inclusive com o garoto sendo alvo de ameaças.
Viralizaram vídeos do adolescente tendo atitude polêmicas como: rasgar um laudo de leucemia e afirmar que curaria a paciente, dizer que nasceu sem as cordas vocais e que foi curado (sem apresentar nenhum documento que comprove), pedir doações via pix, “traduzir” a chamada “língua dos anjos”, dentre outras situações.
Como consequência, o garoto passou a ser ridicularizado nas redes sociais e se tornou alvo de ameaças. Miguel e sua família também tem sido acusada de charlatanismo, ou seja, de explorar a fé alheia com objetivos financeiros.
Nas últimas semanas, o Conselho Tutelar foi acionado e, junto do MPSP, passou a acompanhar o caso. Nesta semana, os pais de Miguel foram orientados a não expor mais a imagem do garoto nas redes sociais.
O caso gerou uma onda de repercussão que dividiu opiniões. De um lado, muitas pessoas parabenizaram a atuação do Conselho Tutelar, por entender que Miguel estava tendo sua imagem explorada. De outro lado, algumas pessoas acusaram o Conselho Tutelar de agir contra o cristianismo, reprimindo ou censurando a atuação do garoto.
No entanto, é preciso entender que Miguel não foi proibido de praticar sua fé. A ação do Conselho Tutelar foi provocada por uma denúncia dos próprios pais de Miguel, que relataram estar sendo alvos de ameaças nas redes sociais. A ideia, ao que tudo indica, é a de proteger e preservar a imagem do garoto.
O caso, inclusive, não é inédito. Pelo menos dois casos relativamente recentes podem ser citados: os casos de Mc Melody e Mc Pedrinho. Em 2015, quando tinha apenas 13 anos, Pedrinho foi proibido de se apresentar em palcos de shows. Também em 2015, quando Melody tinha 8 anos, o Ministério Público abriu inquérito para investigar a atuação dos pais da menina.
Na época, o pai de Melody, foi orientado sobre a hiperssexualização da menina nas redes sociais. Na época, outra menina, a Mc Pikena, também mudou se afastou da sexualização do funk e passou a adotar uma imagem mais condizente com a idade.
Em todos os casos, a atuação do Ministério Público e do Conselho Tutelar foi no sentido de preservar a imagem dos menores envolvidos. Pedrinho e Melody tiveram que adaptar alguns pontos da carreira até então para continuarem. O mesmo parece se aplicar ao pastor que mirim, que terá de adaptar alguns pontos de sua atuação enquanto for menor de idade.