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Após operação policial no Guarujá, moradores relatam abusos por parte das autoridades

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Levaram ele para o corredor do lado no mangue e mataram, afirma morador.

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Aumenta para 14 o número de óbitos em operações policiais no litoral de São Paulo, enquanto confrontos violentos persistem. Dois policiais são alvejados nesta terça-feira (1º).

A Baixada Santista vivencia o quinto dia consecutivo de ações policiais com episódios alarmantes de violência, desta vez, nas ruas de Santos. Às 6h, três homens armados, incluindo dois portando fuzis, dispararam contra um carro policial estacionado em frente a uma padaria. A cabo da PM, Najara Fátima Gomes, foi atingida pelos tiros e precisou ser submetida a cirurgia.

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Os criminosos fugiram em direção ao Morro São Bento, no Centro de Santos. Durante as buscas por suspeitos, o soldado Pablo Uriel da Silva Souza foi baleado na perna. A polícia informou que um homem da comunidade também morreu em um confronto com os policiais.

As autoridades de inteligência suspeitam que o ataque à viatura em Santos tinha como objetivo desviar a atenção das forças de segurança para possibilitar a retomada de áreas ocupadas por traficantes de drogas em Guarujá.

O policiamento na região foi intensificado após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, na última quinta-feira (27) à noite. Patrick era membro da Rota, unidade tática da PM paulista, e foi atingido por um tiro no ombro enquanto patrulhava. O suspeito do crime está sob custódia. Na segunda-feira (31), a polícia apreendeu a arma possivelmente usada no homicídio.

Denominada “Operação Escudo,” deflagrada pouco depois do assassinato do soldado da Rota, a operação resultou no aumento do número de mortes por intervenção policial na Baixada Santista.

A Secretaria da Segurança Pública, nesta terça-feira (1º), divulgou que o total de mortes chegou a 14 e reiterou que as ações ocorreram dentro da lei. No entanto, a ouvidoria das polícias tem recebido denúncias de abusos e até de tortura por parte dos policiais.

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Relatos de moradores da região expressam o medo e as preocupações sobre ações policiais excessivas. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), deputados estaduais e organizações de direitos humanos se reuniram em São Paulo para cobrar mais transparência do governo e oferecer assistência jurídica às pessoas da Baixada Santista.

A entidade internacional Human Rights Watch emitiu nota lamentando a morte do soldado Patrick Reis e ressaltou a importância de investigações adequadas sobre mortes causadas por intervenção policial e responsabilização por eventuais abusos para coibir a violência policial.

O Instituto Sou da Paz também se pronunciou, enfatizando a necessidade de uma resposta rápida do Estado diante da emboscada que vitimou o soldado Patrick, mas alertou que essa resposta deve ser controlada e dentro dos limites legais.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo afirmou que, até o momento, não foi constatado abuso da polícia. O governador Tarcísio de Freitas destacou que a operação na Baixada Santista visa combater o tráfico de drogas e assegurou que possíveis excessos serão punidos.

No entanto, o cenário de conflagração e ação do crime organizado têm tornado o combate ao crime uma situação delicada, onde confrontos e reações são inevitáveis, conforme declarou o governador.

Sobre o Autor

Paula Vasconcelos

Colunista de notícias dedicada a escrever sobre os todos os assuntos. Sou apaixonada pelo mundo da literatura.