Um trágico acidente ocorrido em Uttar Pradesh, no norte da Índia, reacendeu o debate sobre a segurança e confiabilidade de aplicativos de navegação. No incidente, três homens perderam a vida quando o carro em que estavam caiu de uma ponte inacabada sobre o leito de um rio.
Segundo investigações preliminares, o Google Maps teria direcionado o veículo para o trajeto, que era conhecido por moradores locais como perigoso, mas desconhecido pelos visitantes. A ponte havia sido parcialmente destruída por enchentes e não possuía sinalização ou barreiras que indicassem o risco.
As autoridades indianas registraram uma denúncia policial acusando engenheiros do departamento rodoviário estadual e um funcionário do Google Maps de negligência, configurando homicídio culposo.
Um porta-voz do Google afirmou que a empresa está colaborando com as investigações. O caso gerou ampla discussão sobre a responsabilidade dos aplicativos de navegação em acidentes desse tipo.
Para alguns, as plataformas devem ser responsabilizadas pela falta de informações precisas; para outros, o problema reside na gestão ineficaz da infraestrutura e sinalização viária por parte do governo.
Esse não é um caso isolado. Em 2021, um homem em Maharashtra morreu ao dirigir para dentro de uma represa seguindo as instruções do Google Maps, enquanto em 2022 dois médicos em Kerala faleceram ao cair em um rio por conta de uma rota indicada pelo aplicativo.
Com milhões de usuários ativos diariamente na Índia, o Google Maps é amplamente usado por motoristas, empresas de transporte e plataformas de delivery, aumentando sua influência no cotidiano.
Especialistas apontam desafios na atualização de dados de navegação. Ashish Nair, fundador da Potter Maps e ex-colaborador do Google, destacou que o Google Maps utiliza diversas fontes de dados, mas que os motoristas são alertados a usar o aplicativo com julgamento próprio.
Ele argumenta que a falta de sistemas robustos para reportar alterações na infraestrutura agrava o problema na Índia, onde dados precisos e integrados ainda são escassos, diferentemente de países como Cingapura, que possuem sistemas avançados de atualização em tempo real.
O caso evidencia a necessidade de uma abordagem conjunta entre governos e plataformas tecnológicas para melhorar a segurança nas estradas e garantir que informações cruciais estejam disponíveis aos motoristas, minimizando riscos em situações futuras.
