A busca por uma alimentação equilibrada e pela manutenção da saúde leva muitas pessoas a recorrerem a suplementos alimentares. Cápsulas e pós que prometem reforçar a ingestão de vitaminas e minerais são vistos como aliados práticos no dia a dia.
No entanto, especialistas apontam que o uso inadequado ou a combinação desses produtos pode gerar complicações graves para o organismo, indo além do imaginado pelos consumidores.
De acordo com a nutricionista Wellyda Oliveira, de Brasília, os suplementos devem ser uma alternativa apenas em situações específicas, quando a alimentação não supre as necessidades do corpo. Isso se deve aos riscos associados à interação entre diferentes substâncias, que podem comprometer a eficácia ou até mesmo causar danos à saúde.
Entre as combinações mais prejudiciais, está a do extrato de arroz vermelho fermentado com a niacina (vitamina B3), frequentemente utilizada para controlar o colesterol. Essa interação, segundo especialistas, pode provocar danos ao fígado, tornando-se uma das associações mais perigosas.
Outras combinações problemáticas incluem ferro, magnésio e cálcio. Esses minerais compartilham o mesmo mecanismo de transporte no organismo, e o consumo simultâneo pode impedir a absorção adequada de cada um, comprometendo os benefícios esperados.
Da mesma forma, a interação entre zinco e cobre pode gerar deficiência de um dos dois, já que ambos competem pela mesma via de absorção no intestino. Há ainda suspeitas de que a vitamina C interfira negativamente na absorção do cálcio, enquanto a ingestão conjunta de potássio e cálcio tende a neutralizar seus efeitos.
O cuidado com os suplementos deve ser ainda maior em casos de uso simultâneo com medicamentos. Por exemplo, suplementos de ferro podem reduzir a eficácia de antibióticos, impactando o tratamento médico.
Dessa forma, é essencial avaliar cuidadosamente as necessidades individuais e consultar um especialista antes de iniciar qualquer suplementação. “Recomendo cuidado especialmente no uso da erva de São João e antidepressivos. Ambos podem aumentar os níveis de serotonina, levando à uma sobredose que pode causar confusão, agitação, tremores musculares, sudorese, tremores, diarreia e até taquicardia”, alerta a especialista.
Esse cenário reforça a importância de evitar a automedicação e o uso indiscriminado de suplementos alimentares. A atenção à interação entre nutrientes e medicamentos é fundamental para preservar a saúde e garantir que os benefícios sejam aproveitados sem colocar o organismo em risco.