Ao longos das últimas semanas, o nome do empresário Elon Musk circulou bastante nas redes sociais. Alegando estar combatendo uma suposta censura, o empresário desafiou o judiciário brasileiro publicamente.
Em declarações públicas, Musk chegou a atacar diretamente ao STF e a figura do ministro Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Mas não é só em terras brasileiras que o bilionário se comporta de tal forma.
Nesta semana, Musk também entrou em rota de colisão com a Austrália. Diante da provocação do bilionário, o premiê do país se manifestou publicamente e subiu o tom contra Elon Musk.
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“Esse [Musk] é um sujeito que escolheu o ego e a demonstração de violência ao bom senso“, disse o premiê Anthony Albanese. Ainda em seu discurso, Albanese reforçou que a população australiana deve ser contra a disseminação de videos perturbadores na web.
Entenda o conflito
No último dia 15 de abril, um atentado foi registrado contra a Igreja Christ The Good Shepherd, em Sydney. O autor, um adolescente de 16 anos, invadiu a transmissão ao vivo da missa e esfaqueou o bispo que dava o sermão.
Segundo as autoridades australianas, o ataque foi promovido por um adolescente de 16 anos, de origem muçulmana. O país trata o ataque como terrorista e apreendeu o menor. O problema com Elon Musk começou no judiciário do país.
O vídeo do ataque rapidamente foi espalhado nas redes sociais e a comissária de Segurança Eletrônica, Julie Inman Grant, determinou a remoção dos vídeos das plataformas que operam no país.
O Twitter (X) não foi o único alvo da ordem, mas foi o único que se opôs. Outras plataformas, como as plataformas da Meta (Facebook, Instagram, Threads) derrubaram os vídeos, assim como outras plataformas.
Elon Musk, que é dono do Twitter, não cumpriu a ordem e decidiu enfrentar as autoridades australianas. No X, os vídeos foram ocultados para o público australiano, mas não excluído. Isto é, com um recurso de VPN, qualquer residente da Austrália pode acessar os vídeos. Para as autoridades australianas, a medida não foi suficiente.
A Comissão de Segurança Eletrônica então acionou o judiciário e uma ordem liminar determinou que o X exclua os vídeos totalmente. Musk, por sua vez, se recusou a cumprir a ordem e enfrentou o judiciário australiano.
“Nossa preocupação é que, se qualquer país tiver permissão para censurar conteúdo de todos os países, que é o que a “Comissária de Segurança Eletrônica” australiano está exigindo, então o que impede qualquer país de controlar toda a Internet?“, alega Musk.
Para as autoridades australianas, no entanto, não se trata de liberdade de expressão quando o alvo da medida é um conteúdo violento e explícito, que mostra um bispo sendo brutalmente atacado a faca.