Um jovem de 17 anos foi apreendido em São Paulo no dia 17 de junho, após ser identificado como o autor de uma série de furtos a condomínios de alto padrão. Segundo a Polícia Civil, ele teria cometido mais de 40 invasões nos últimos meses, acumulando um prejuízo estimado superior a R$ 30 milhões.
O adolescente começou a praticar os crimes ainda aos 13 anos. De aparência tranquila e bem-vestido, conseguia se passar facilmente por morador, utilizando roupas de grife, mochilas caras e fones de ouvido para reforçar a imagem de um jovem da elite.
As investigações revelaram que o suspeito transitava com naturalidade pelos prédios. Em muitos casos, entrava junto com moradores distraídos ou se aproveitava de momentos de abertura dos portões para acessar os edifícios.
Além do visual cuidadosamente montado, o jovem utilizava disfarces como perucas e símbolos religiosos para enganar funcionários. Quando abordado por porteiros, inventava histórias convincentes, como se fosse neto de algum morador, e até ameaçava os funcionários.
As câmeras de segurança mostram o adolescente circulando com confiança nos condomínios. Em algumas situações, chegou a acenar para os funcionários como se fosse conhecido.
Uma de suas tentativas de invasão envolveu o uso de nome e parentesco falsos para tentar acessar o prédio onde vive Fábio Wajngarten, ex-assessor de Jair Bolsonaro. Dessa vez, não teve sucesso.
Segundo a polícia, ele agia com método, escolhendo cuidadosamente os alvos e priorizando itens como joias, dinheiro em espécie, relógios e bolsas de grife. Aparelhos eletrônicos e objetos grandes eram geralmente deixados para trás.
Embora atuasse majoritariamente sozinho, em algumas ocasiões contou com o apoio de comparsas. A quadrilha em que estava era baseada em São Paulo, mas viajava com frequência para aplicar os golpes em outros estados.
As investigações apontam que os crimes ocorreram em ao menos seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. A tática se repetia em diferentes cidades, inclusive em bairros nobres da capital fluminense e no interior paulista.
Entre os casos mais expressivos estão o furto de R$ 6 milhões em joias e dinheiro em Foz do Iguaçu (PR), o roubo de três relógios, um anel de diamantes e US$ 1 mil em São Paulo, além da subtração de cofres contendo US$ 30 mil e €10 mil em um apartamento no Jardim Paulista.
O adolescente vivia sozinho em um imóvel de alto padrão e usava um carro de luxo durante suas ações criminosas. Parte dos valores obtidos com os furtos era repassada a interceptadores responsáveis por dar destino aos itens roubados. A apreensão do jovem encerra uma das operações mais ousadas envolvendo invasões a condomínios de luxo no país.