O tamarindo desponta como uma fruta de destaque, tanto pelo sabor singular quanto pelos benefícios à saúde. Originário da região do Sudão, no noroeste da África, ele se espalhou por outras zonas tropicais do mundo, tornando-se presença constante em países como Índia, Tailândia, Costa Rica e México.
A árvore do tamarindo, conhecida cientificamente como Tamarindus indica, possui madeira resistente e frutos que chamam a atenção pela concentração de nutrientes essenciais.
A nutricionista Milagros Sympson destaca que o alimento é uma fonte rica em vitaminas do complexo B, potássio, magnésio, fósforo e ferro. “Também contém uma quantidade considerável de fibras”, afirma.
Além do valor nutricional, o fruto possui 239 calorias por 100 gramas de polpa, o que o torna uma opção energética com potencial terapêutico, largamente explorado na medicina tradicional de diversas culturas.
Diversos compostos presentes no tamarindo contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico. A nutricionista explica que o fruto é carregado de polifenóis, flavonoides e betacaroteno, com potente ação anti-inflamatória. “Sua função principal é combater os radicais livres e proteger as células contra danos oxidativos, fortalecendo o sistema imunológico”, detalha.
No sistema digestivo, o tamarindo também exerce papel importante. As fibras presentes na fruta ajudam no trânsito intestinal, aumentando o volume das fezes e facilitando sua eliminação.
Já os ácidos naturais presentes estimulam a secreção de bile e enzimas como amilase e lipase, otimizando a digestão de gorduras. “A combinação de fibras e ácidos naturais transforma o fruto em um aliado para o trânsito intestinal lento”, explica Sympson.
A recuperação em quadros de febre ou resfriados também pode ser acelerada com a ajuda do tamarindo, conforme observações de práticas medicinais em diversas regiões. Suas propriedades antipiréticas e antibacterianas, junto às vitaminas A e C, contribuem para reforçar as defesas do corpo.
Outro destaque é o auxílio no controle glicêmico. O consumo do fruto pode ser benéfico para pessoas com variações nos níveis de açúcar no sangue. “As fibras e os polifenóis retardam a absorção de açúcar no intestino”, explica Sympson. Ela ainda acrescenta que o tamarindo inibe a enzima alfa-amilase, reduzindo a absorção de carboidratos e ajudando a manter a glicemia estável.
A saúde cardiovascular também se beneficia do consumo regular da fruta. As saponinas e antioxidantes presentes na polpa contribuem para a redução do colesterol LDL, conhecido como “ruim”, e ajudam a controlar os níveis de triglicerídeos.
O tamarindo é amplamente utilizado na gastronomia de vários países. Sua polpa, que adquire sabor mais adocicado conforme amadurece, é empregada em preparos como bebidas, molhos, chutneys, geleias, sobremesas e temperos para carnes e saladas.
A pasta de tamarindo, adoçada com diferentes tipos de açúcar, pode ser feita em casa ou encontrada pronta no comércio, em frascos ou blocos congelados. Apesar disso, a maneira mais prática e nutritiva de consumir o fruto é ao natural: basta descascar a vagem e ingerir a polpa crua, descartando o caroço.
Por mais saudável que seja, o tamarindo exige cautela em alguns casos. Sympson alerta que o consumo em excesso pode interferir na ação de medicamentos, especialmente anticoagulantes, elevando o risco de sangramentos, e também pode potencializar os efeitos de remédios para diabetes, ocasionando hipoglicemia.
Pessoas com condições gastrointestinais específicas, como úlceras, gastrite ou síndrome do intestino irritável (SII), devem evitar o fruto devido à sua acidez e alto teor de fibras, que podem irritar o estômago.
Outro ponto de atenção são as alergias. Indivíduos sensíveis a leguminosas devem consultar um profissional de saúde antes de incluir o tamarindo na dieta.Assim, com sabor marcante e um conjunto poderoso de nutrientes, o tamarindo se mostra uma escolha valiosa — desde que consumido com equilíbrio e atenção.